Navegando entre duas culturas
Aos 23 anos, nascido e criado em Bruxelas, sinto sempre uma ligação profunda com as minhas raízes marroquinas. Sempre que regresso ao Marrocos para visitar a minha família, sinto-me imediatamente em casa.
As cores vibrantes e os aromas inebriantes dos souks, os sabores encantadores dos pratos tradicionais, preparados com carinho e amor, trazem uma enxurrada de memórias e tradições calorosas que estão enraizadas no meu coração. E o som da minha língua nativa, que soa como uma melodia que toca as camadas mais profundas da minha alma, me conecta aos meus antepassados e me lembra das histórias e canções que foram transmitidas ao longo dos anos.
Mesmo assim, depois de alguns dias neste país que tanto me toca, sinto uma pontada no coração. Estou começando a sentir saudades da Bélgica, especialmente da minha cidade natal, Anderlecht, onde cresci e criei
laços fortes com amigos e familiares. Cada visita ao Marrocos é uma viagem cheia de nostalgia, mas também de alegria e reencontro. Sinto-me fascinado pelo calor das boas-vindas, pela riqueza da cultura, mas não posso deixar de pensar na minha casa em Bruxelas.
Esta luta interior reflecte a minha identidade complexa, a minha ligação com dois países. Para mim significa ser filho de imigrante, navegar entre duas culturas que às vezes parecem colidir, mas são inseparáveis no meu coração. Cada viagem entre Marrocos e a Bélgica torna-se uma viagem introspectiva, uma descoberta de mim mesmo. E embora o meu coração esteja dividido entre dois países, sei que é esta dualidade que me torna único.
Tradução: Bart Vetsuypens
Revisão: Jesualdo freitas
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