Testemunhando Traumas. Trauma vicário em intérpretes
Os intérpretes são pontes entre diferentes línguas e culturas.
Conhecem muitas pessoas e ajudam-nas a comunicar em diversas situações. O trabalho de um intérprete pode ser muito gratificante, mas também tem os seus desafios.
Oi! Chamo-me Chiara e sou pesquisadora na Vrije Universiteit Brussel, na Bélgica. Investigo o tema saúde mental em intérpretes.
Imagine-se trabalhar num país estrangeiro ou parar num hospital enquanto está no extrangeiro. Se você não conseguir falar o idioma, dependendo da situação em que se encontra, poderá precisar de um intérprete.
Os intérpretes são pontes entre si e a outra pessoa e irão ajudá-lo a comunicar claramente e transmitir a sua mensagem.
Porém, ser intérprete nem sempre é fácil. Os intérpretes ouvem frequentemente histórias traumáticas ou trabalham com pessoas que vivenciaram eventos traumáticos.
Ao ‘refalar’ o que a outra pessoa disse, os intérpretes podem ficar traumatizados por acontecimentos que não viveram em primeira mão. É como se eles absorvessem a dor em segunda mão.
Esse fenômeno é chamado de trauma vicário e se assemelha ao PTSD ou perturbação de stress pós-traumático
Polícias, bombeiros, paramédicos, assistentes sociais… todos eles podem passar por isso.
Os intérpretes são especialmente vulneráveis a este fenómeno. Repetem o que os outros dizem, absorvendo as suas emoções. O problema?
Embora outros profissionais, como policiais ou bombeiros, sejam alertados sobre esse perigo, muitos intérpretes não se apercebem que isso também os pode afetar.
Mas há esperança. Ao concentrarem-se na prevenção, ao cuidarem do seu bem-estar físico e mental e ao receberem formação sobre esta questão, os intérpretes podem desenvolver resiliência e lidar com este problema.
Então, se você é intérprete ou conhece alguém que é, tome cuidado.
Divulgue a informação sobre o trauma vicário. Vamos manter nossos intérpretes em segurança.
Tradução: Bart @ Comundos
Revisão: Isabella Werner
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